PÁ, ISTO É DEMAIS, ENCONTRARAM UM PLANETA QUASE IGUAL À TERRA

E tem vida, perguntam vocês?
Não se sabe.

E tem gajas? - perguntam menos de vós, ainda assim muitos.
Seria bom, mas também não se sabe.

E gajas, tem?
Pergunta repetida. Compreensível, porém.

E em quê é que isso nos afecta na nossa vidinha supérflua e fútil, para além de fugaz?
Epá, em nada. Mas cultura é isto mesmo.

Agora o que me leva a escrever umas letritas sobre esta novidade.
O cultíssimo jornalista do jornal "Público", que é onde, por norma, eu me cultivo diariamente, eu diria mesmo todos os dias, escreve o seguinte, a dado momento do dito artigo:

"O planeta descoberto e ainda sem nome orbita a estrela Gliese-581 a 20 anos-luz da Terra e está localizado na constelação de Balança.
Isto quer dizer que uma nave teria de viajar constantemente à velocidade da luz durante 20 anos para lá chegar. Infelizmente a velocidade da luz são 300 mil quilómetros por segundo e ainda que os tripulantes mais novos fossem substituindo os mais velhos, não existe nem está perto de existir um material que resista a um atrito tão forte"

Ora isto, meus amigos, é o sintoma típico de uma doença que atinge grande parte dos nossos jornalistas: ignorância.

1º - A velocidade da luz é (e não são) 300 000 Km/segundo (isto aproximadamente);

2º - O que não se consegue fazer é atingir a velocidade da luz (pelo menos é o que defendia Einstein). O atrito não é sequer uma questão a colocar, uma vez que, fosse o jornalista alguém que dedicasse algum tempo a debruçar-se sobre o assunto, entenderia que no espaço não existem átomos capazes de originar atrito (daí a inexistência de som, também, já agora);

Vá, menino jornalista, come umas bolachitas e bebe um copito de leite à noite, que faz bem ao cérebro. E cultiva-te homem. Cultiva-te.

(copyright: Malta da Bigairada)